quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Conteúdo Programático ( Referente ao mês de Outubro)

SEGUNDO PERÍODO

* Gramática:

Período Composto por Coordenação

_ Orações coordenadas Assindéticas.
_ Orações coordenadas Sindéticas:
-Aditivas;
-Adversaivas;
-Alternativas;
-Conclusivas;
-Explicativas.
Período Composto por Subordinação

_Orações subordinadas Substantivas:
-Subjetivas;
-Objetivas diretas;
-Objetivas indiretas;
-Completivas Nominais;
-Predicativas;
-Apositivas.

* Interpretação:

_ A música e o gênero narrativo.
_ Análise de músicas com elementos da Narrativa.

- Faroeste Caboclo (Legião Urbana).

Não tinha medo o tal João de Santo Cristo
Era o que todos diziam quando ele se perdeu
Deixou pra trás todo o marasmo da fazenda
Só pra sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe deu
Quando criança só pensava em ser bandido
Ainda mais quando com um tiro de soldado o pai morreu
Era o terror da cercania onde morava
E na escola até o professor com ele aprendeu
Ia pra igreja só pra roubar o dinheiro
Que as velhinhas colocavam na caixinha do altar
Sentia mesmo que era mesmo diferente
Sentia que aquilo ali não era o seu lugar
Ele queria sair para ver o mar
E as coisas que ele via na televisão
Juntou dinheiro para poder viajar
E de escolha própria escolheu a solidão
Comia todas as menininhas da cidade
De tanto brincar de médico aos doze era professor
Aos quinze foi mandado pro reformatório
Onde aumentou seu ódio diante de tanto terror
Não entendia como a vida funcionava
Descriminação por causa da sua classe e sua cor
Ficou cansado de tentar achar resposta
E comprou uma passagem foi direto a Salvador
E lá chegando foi tomar um cafezinho
E encontrou um boiadeiro com quem foi falar
E o boiadeiro tinha uma passagem
Ia perder a viagem mas João foi lhe salvar:
Dizia ele - Estou indo pra Brasília
Nesse país lugar melhor não há
Tô precisando visitar a minha filha
Eu fico aqui e você vai no meu lugar
O João aceitou sua proposta
E num ônibus entrou no Planalto central
Ele ficou bestificado com a cidade
Saindo da rodoviária viu as luzes de natal
- Meu Deus mas que cidade linda!
No Ano Novo eu começo a trabalhar
Cortar madeira aprendiz de carpinteiro
Ganhava cem mil por mês em Taguatinga
Na sexta feira ia pra zona da cidade
Gastar todo o seu dinheiro de rapaz trabalhador
E conhecia muita gente interessante
Até um neto bastardo do seu bisavô
Um peruano que vivia na Bolívia
E muitas coisas trazia de lá
Seu nome era Pablo e ele dizia
Que um negócio ele ia começar
E Santo Cristo até a morte trabalhava
Mas o dinheiro não dava pra ele se alimentar
E ouvia às sete horas o noticiário
Que sempre dizia que seu ministro ia ajudar
Mas ele não queria mais conversa
E decidiu que como Pablo ele iria se virar
Elaborou mais uma vez seu plano santo
E sem ser crucificado a plantação foi começar
Logo, logo os maluco da cidade Souberam da novidade
- Tem bagulho bom ai!
E o João de Santo Cristo ficou rico
E acabou com todos os traficantes dali
Fez amigos, freqüentava a Asa Norte
Ia pra festa de Rock pra se libertar
Mas de repente Sob uma má influência dos boyzinhos da cidade
Começou a roubar Já no primeiro roubo ele dançou
E pro inferno ele foi pela primeira vez V
iolência e estupro do seu corpo
- Vocês vão ver, eu vou pegar vocês!
Agora Santo Cristo era bandido
Destemido e temido no Distrito Federal
Não tinha nenhum medo de polícia Capitão ou traficante, playboy ou general
Foi quando conheceu uma menina
E de todos os seus pecados ele se arrependeu
Maria Lúcia era uma menina linda
E o coração dele pra ela o Santo Cristo prometeu
Ele dizia que queria se casar E carpinteiro ele voltou a ser
- Maria Lúcia pra sempre vou te amar
E um filho com você eu quero ter
O tempo passa E um dia vem na porta um senhor de alta classe comdinheiro na mão
E ele faz uma proposta indecorosa
E diz que espera uma resposta, uma resposta de João
- Não boto bomba em banca de jornal
Nem em colégio de criança Isso eu não faço não
E não protejo general de dez estrelas
Que fica atrás da mesa com o C. na mão
E é melhor o senhor sair da minha casa
Nunca brinque com um peixes de ascendente escorpião
Mas antes de sair, com ódio no olhar O velho disse:
- Você perdeu a sua vida, meu irmão!
- Você perdeu a sua vida, meu irmão!
- Você perdeu a sua vida, meu irmão!
Essas palavras vão entrar no coração
- Eu vou sofrer as conseqüências como um cão.
Não é que o Santo Cristo estava certo Seu futuro era incerto
E ele não foi trabalhar Se embebedou e no meio da bebedeira
Descobriu que tinha outro trabalhando em seu lugar
Falou com Pablo que queria um parceiro
Que também tinha dinheiro e queria se armar Pablo trazia o contrabando da Bolívia
E Santo Cristo revendia em Planaltina
Mas acontece que um tal de Jeremias
Traficante de renome apareceu por lá
Ficou sabendo dos planos de Santo Cristo
E decidiu que com João ele ia acabar.
Mas Pablo trouxe uma Winchester 22
E Santo Cristo já sabia atirar
E decidiu usar a arma só depois
Que Jeremias começasse a brigar
Jeremias maconheiro sem vergonha
Organizou a Roconha e fez todo mundo dançar
Desvirginava mocinhas inocentes
E dizia que era crente mas não sabia rezar
E Santo Cristo há muito não ia pra casa
E a saudade começou a apertar
- Eu vou me embora, eu vou ver Maria Lúcia Já está em tempo de a gente se casar
Chegando em casa então ele chorou
E pro inferno ele foi pela segunda vez
Com Maria Lúcia Jeremias se casou
E um filho nela ele fez Santo Cristo era só ódio por dentro
E então o Jeremias pra um duelo ele chamou
- Amanhã, as duas horas na Ceilândia
Em frente ao lote catorze é pra lá que eu vou
E você pode escolher as suas armas
Que eu acabo mesmo com você, seu porco traidor
E mato também Maria Lúcia Aquela menina falsa pra que jurei o meu amor
E Santo Cristo não sabia o que fazer
Quando viu o repórter da televisão
Que deu notícia do duelo na TV
Dizendo a hora o local e a razão
No sábado, então as duas horas
Todo o povo sem demora Foi lá só pra assistir
Um homem que atirava pelas costas
E acertou o Santo Cristo
E começou a sorrir
Sentindo o sangue na garganta João olhou pras bandeirinhas
E o povo a aplaudir E olhou pro sorveteiro
E pras câmeras e a gente da TV filmava tudo ali
E se lembrou de quando era uma criança
E de tudo o que vivera até ali
E decidiu entrar de vez naquela dança
- Se a via-crucis virou circo, estou aqui.
E nisso o sol cegou seus olhos
E então Maria Lúcia ele reconheceu
Ela trazia a Winchester 22
A arma que seu primo Pablo lhe deu
- Jeremias, eu sou homem. Coisa que você não é
E não atiro pelas costas, não. Olha prá cá filha da P. sem vergonha
Dá uma olhada no meu sangue E vem sentir o teu perdão
E Santo Cristo com a Winchester 22
Deu cinco tiros no bandido traidor Maria Lúcia se arrependeu depois
E morreu junto com João, seu protetor
O povo declarava que João de Santo Cristo
Era santo porque sabia morrer
E a alta burguesia da cidade não acreditou na história
Que eles viram da TV E João não conseguiu o que queria
Quando veio pra Brasília com o diabo ter
Ele queria era falar com o presidente
Pra ajudar toda essa gente que só faz
Sofrer.

- Marquinho Cabeção ( MV Bill)

Apenas um garoto quinze anos de idade, seu grande sonho era ser jogador de futebol,
mas como sempre acontece no Rio de Janeiro a ilusão pela TV, veio primeiro, queria ter carro, muita mulher, acabou entrando para a vida do crime.
Esta é a história de Marquinho Cabeção...Criminal, MarquinhosCabeção, Marquinhos Cabeção, com a "pisto Uzi" na mão é Marquinhos CabeçãoMarquinhos Cabeção era muito sangue bom.
Criminal e pá se liga aí, Marquinhos Cabeção com a "pisto Uzi" na mão era muito sangue bom.
Você precisa conhecer a história de Marquinho CabeçãoQuinze anos de idade revoltado então Barraco de madeira no meio da favela.
A mãe ajoelhada acendia uma vela e rezava pedindo para que Oxalá ajudasse o Marquinho a se levantar.
Pois o seu sonho era ser jogador de futebol.
Ficava descalço jogando uma bola suando debaixo do sol.
Mas na sua vida não tava tudo azul sua mãe lavava roupa pra rico na zona sul, se matava, passava humilhação pra colocar em sua mesa arroz com feijãoMarquinho Cabeção que não tava trabalhando, treinava a tarde e a noite tava estudando de chinelo, mochila rasgada ia Marquinho Cabeção.
Seu sonho era jogar no " Maraca " com a camisa do mengãoMas como sempre acontece no Rio de Janeiro a ilusão pela Tv veio primeiroEra tênis, camisa e boné.
Ainda diziam se você ainda não tem é um Zé Mané.
Eram coisas que sua mãe não poderia lhe dar tava fazendo supletivo parou de estudar, as vezes não tinha dinheiro nem pra ir treinar.
Sem esperança Marquinho começou a faltar, seu sonho de ser profissional tava ficando pra trás, a camisa do mengão já não brilhava mais Marquinho que era o rei da bola, agora é o cabeção portando uma pistola.
De herói Marquinho passou pra vilão, roubava até trabalhador dentro da condução.
A televisão que gosta de enganar deixou Marquinho pronto para atirar, pronto para atirar, pronto para matarPow, pow, pronto para atirar, pronto para matar, pow, pow.
Pequenos furtos levavam ele a loucura, já nem lembrava mais daquela vida dura, tava se levantando, meteu um Fiat Uno, suas marcas eram Cyclone, TCK e Mizuno.
Ia sempre no terreiro se rezar, pedia para o preto velho não deixa o carro preto passar.
Já tinha deixado de ser um simples menino.
Se tornou um assaltante, viciado, assassino.
Se tornou o pesadelo da sociedade.
Na sua cabeça só tinha maldade, ele tinha uma coleção de bolas, agora tem uma coleção de pistolas, Glock, colt 45, bereta, 765.
No campo ele gostava de chutar.
Agora na vida do crime gosta de atirar.
Pronto para atirar, pronto para matar, pow, pow.
A última vez que ele foi no terreiro falar com caboclo.
Fez um trabalho, fez um despacho botou uma guia no pescoço.
Era época de São Cosme e São Damião.
A molecada toda em cima de Marquinho Cabeção.
Jogava dinheiro avanço a guia arrebentou.
Um molequinho avisava o camburão chegou.
A favela tá sinistra e os "Home" tão de arma na mão botando todo mundo pra correr pra pegar o Marquinho CabeçãoQue foi pego pelas costas desprevenido.
Levou porrada foi pra dura pelo menos tava vivo.
A morte era o que o pessoal não tava querendo.
A noite acharam ele morto com a camisa do flamengo.

- Diário de um detento (Racionais Mc)

"São Paulo, dia 1º de outubro de 1992, 8h da manhã.Aqui estou, mais um dia.
Sob o olhar sanguinário do vigia.
Você não sabe como é caminhar com a cabeça na mira de uma HK.
Metralhadora alemã ou de Israel.
Estraçalha ladrão que nem papel.
Na muralha, em pé, mais um cidadão José.
Servindo o Estado, um PM bom.
Passa fome, metido a Charles Bronson.
Ele sabe o que eu desejo.
Sabe o que eu penso.
O dia tá chuvoso.
O clima tá tenso.Vários tentaram fugir, eu também quero.
Mas de um a cem, a minha chance é zero.
Será que Deus ouviu minha oração?Será que o juiz aceitou apelação?
Mando um recado lá pro meu irmão:Se tiver usando droga, tá ruim na minha mão.
Ele ainda tá com aquela mina.Pode crer, moleque é gente fina.
Tirei um dia a menos ou um dia a mais, sei lá...
Tanto faz, os dias são iguais.Acendo um cigarro, vejo o dia passar.
Mato o tempo pra ele não me matar.Homem é homem, mulher é mulher.
Estuprador é diferente, né?
Toma soco toda hora, ajoelha e beija os pés, e sangra até morrer na rua 10.
Cada detento uma mãe, uma crença.Cada crime uma sentença.
Cada sentença um motivo, uma história de lágrima,sangue, vidas e glórias, abandono, miséria, ódio,sofrimento, desprezo, desilusão, ação do tempo.
Misture bem essa química. Pronto: eis um novo detentoLamentos no corredor, na cela, no pátio.
Ao redor do campo, em todos os cantos.
Mas eu conheço o sistema, meu irmão, hã...Aqui não tem santo.
Rátátátá... preciso evitar que um safado faça minha mãe chorar.
Minha palavra de honra me protege pra viver no país das calças bege.
Tic, tac, ainda é 9h40.
O relógio da cadeia anda em câmera lenta.
Ratatatá, mais um metrô vai passar.Com gente de bem, apressada, católica.
Lendo jornal, satisfeita, hipócrita.Com raiva por dentro, a caminho do Centro.
Olhando pra cá, curiosos, é lógico.
Não, não é não, não é o zoológico Minha vida não tem tanto valor quanto seu celular, seu computador.
Hoje, tá difícil, não saiu o sol.
Hoje não tem visita, não tem futebol.
Alguns companheiros têm a mente mais fraca.Não suportam o tédio, arruma quiaca.
Graças a Deus e à Virgem Maria.
Faltam só um ano, três meses e uns dias.
Tem uma cela lá em cima fechada.Desde terça-feira ninguém abre pra nada.
Só o cheiro de morte e Pinho Sol.
Um preso se enforcou com o lençol.Qual que foi? Quem sabe? Não conta.
Ia tirar mais uns seis de ponta a ponta (...)
Nada deixa um homem mais doente que o abandono dos parentes.
Aí moleque, me diz: então, cê qué o quê?A vaga tá lá esperando você.
Pega todos seus artigos importados.Seu currículo no crime e limpa o rabo.
A vida bandida é sem futuro.Sua cara fica branca desse lado do muro.
Já ouviu falar de Lucífer?
Que veio do Inferno com moral.
Um dia... no Carandiru, não... ele é só mais um.Comendo rango azedo com pneumonia...
Aqui tem mano de Osasco, do Jardim D'Abril, Parelheiros,Mogi, Jardim Brasil, Bela Vista, Jardim Angela, Heliópolis, Itapevi, Paraisópolis.Ladrão sangue bom tem moral na quebrada.
Mas pro Estado é só um número, mais nada. Nove pavilhões, sete mil homens.
Que custam trezentos reais por mês, cada.Na última visita, o neguinho veio aí.
Trouxe umas frutas, Marlboro, Free... Ligou que um pilantra lá da área voltou.
Com Kadett vermelho, placa de Salvador.
Pagando de gatão, ele xinga, ele abusa com uma nove milímetros embaixo da blusa.
Brown: "Aí neguinho, vem cá, e os manos onde é que tá?
Lembra desse cururu que tentou me matar?" Blue: "Aquele P. ganso, pilantra corno manso.
Ficava muito doido e deixava a mina só.A mina era virgem e ainda era menor
.Agora faz chupeta em troca de pó!"Brown: "Esses papos me incomoda.
Se eu tô na rua é F...."Blue: "É, o mundo roda, ele pode vir pra cá."Brown: "Não, já, já, meu processo tá aí.
Eu quero mudar, eu quero sair.
Se eu trombo esse fulano, não tem pá, não tem pum.E eu vou ter que assinar um cento e vinte e um.
"Amanheceu com sol, dois de outubro.Tudo funcionando, limpeza, jumbo.
De madrugada eu senti um calafrio.Não era do vento, não era do frio.
Acertos de conta tem quase todo dia.Ia ter outra logo mais, eu sabia.
Lealdade é o que todo preso tenta.Conseguir a paz, de forma violenta.
Se um salafrário sacanear alguém, leva ponto na cara igual FrankesteinFumaça na janela, tem fogo na cela.F., foi além, se pã!, tem refém.
Na maioria, se deixou envolver por uns cinco ou seis que não têm nada a perder.
Dois ladrões considerados passaram a discutir.Mas não imaginavam o que estaria por vir.
Traficantes, homicidas, estelionatários.Uma maioria de moleque primário.
Era a brecha que o sistema queria.Avise o IML, chegou o grande dia.
Depende do sim ou não de um só homem.Que prefere ser neutro pelo telefone.
Ratatatá, caviar e champanhe.Fleury foi almoçar, que se F. a minha mãe!
Cachorros assassinos, gás lacrimogêneo...quem mata mais ladrão ganha medalha de prêmio!
O ser humano é descartável no Brasil.Como modess usado ou bombril.Cadeia?
Claro que o sistema não quis.Esconde o que a novela não diz.
Ratatatá! sangue jorra como água.Do ouvido, da boca e nariz.
O Senhor é meu pastor... perdoe o que seu filho fez.
Morreu de bruços no salmo 23,sem padre, sem repórter.sem arma, sem socorro.
Vai pegar HIV na boca do cachorro.
Cadáveres no poço, no pátio interno.Adolf Hitler sorri no inferno!
O Robocop do governo é frio, não sente pena.Só ódio e ri como a hiena.
Rátátátá, Fleury e sua gangue vão nadar numa piscina de sangue.
Mas quem vai acreditar no meu depoimento?
Dia 3 de outubro, diário de um detento."


* Literatura:
_ Pré- Modernismo.
_ Vanguardas Europeias.
_ Semana de Arte Moderna.
_ Primeira Fase Modernista ( Características, Autores, Movimentos e Grupos)


QUARTO PERÍODO

*Gramática:

Figuras de Palavras

_ Metáfora.
_Comparação.
_Metonímia.
_Sinestesia.
_Catacrese.
_Perífrase.

Vícios de Linguagem

_ Barbarismo.
_Arcaísmo
_Pleonasmo Vicioso.
_Neologismo.
_Solecismo.

* Interpretação:

_Culminancia do Projeto de Leitura.
_ Os textos poéticos na Internet.
_ O Concretismo nos textos da Internet.


SEXTO PERÍODO

*Produção Textual:

_Trabalhando as Questões anteriores do ENEM.
_ Dissertação.



BOM APROVEITAMENTO!

Conteúdo Programático ( Referente ao mês de Setembro)

SEGUNDO PERÍODO

* Gramática:

Termos Integrantes

_ Complementos verbais.
_Complemento Nominal.
_ Agente da Passiva.

Termos Acessórios

_ Adjunto Adnominal .
_Adjunto Adverbial.
_ Aposto.
_Vocativo.


* Literatura:

_ Parnasianismo ( Características, Autores e Obras)

_ Simbolismo (Características, Autores e Obras)

* Interpretação:

Projeto de Leitura



QUARTO PERÍODO

* Gramática:

Figuras de Construção

_ Elipse.
_Zeugma.
_Polissíndeto e Assíndeto.
_ Pleonasmo.
_Hipérbato.
_ Repetição.
_Silepse.
_ Anacoluto.
_ Aliteração.

Figuras de Pensamento

_Antítese.
_Paradoxo.
_Eufemismo.
_Ironia.
_Gradação.
_Hipérbole.
_Prosopopeia.
_Apostrofe.

* Interpretação:

_ A poesia em verso e prosa.
_ A poesia e música.
_ Análise de músicas e poesias.


SEXTO PERÍODO

* Produção Textual:

_ Objetividade e subjetividade na argumentação.
_ Dissertação: Causa e consequência.
_ Coesão, clareza e coerência textual.
_Características da Produção textual do ENEM.


BOM APROVEITAMENTO!

sábado, 29 de agosto de 2009

Exercícios de Fixação ( Literatura) Segundo Período

BOM TREINO!

1- O Realismo e o Naturalismo, estilos de época contemporâneos na literatura
brasileira, têm características que os aproximam e características que os distinguem. Das
opções abaixo, há uma que não é verdadeira. Isso ocorre em:

a) Enquanto o Realismo tende para uma visão biológica do homem, o Naturalismo tem
uma acentuada tendência e preferência por temas da patologia social.
b) O Naturalismo considera o homem um ser idealizador e sonhador.
c) Os personagens, tanto das obras realistas, quanto das obras naturalistas, são tipos concretos,
vivos, frutos da observação.
d) Os autores realistas e naturalistas privilegiam em suas obras a descrição, em vez da
narração.
e) Os autores realistas e naturalistas preferem retratar, em suas obras, a vida contemporânea,
a sua época, a retratar o passado.

2- Ao final do último capítulo de Casa velha, o narrador fala para o
leitor:
“Compreendi que tudo estava acabado. Félix padeceu muito com esta notícia; mas nada
há eterno neste mundo, e ele próprio acabou casando com Sinhazinha. Se ele e Lalau foram felizes, não sei; mas foram honestos, e basta”.

ASSIS, Machado de Casa velha.

Das características que se segue, assinale a que se relaciona com o texto acima.
a) Visão psicológica do narrador.
b) Visão realista da vida.
c) Visão romântica de Félix.
d) Visão positiva do homem.

3- “A enferma era uma senhora viúva, tísica, tinha uma filha de quinze ou de dezesseis anos, que estava chorando à porta do quarto. A moça não era formosa, talvez nem tivesse graça; os cabelos caíam-lhe despenteados, e as lágrimas faziam-lhe encarquilhar os olhos. Não obstante, o total falava e cativava o coração. O vigário confessou a doente, deu-lhe a comunhão e os santos óleos. O pranto da moça redobrou tanto que senti os meus olhos molhados e fugi. Vim para perto de uma janela.
Pobre criatura! A dor era comunicativa em si mesma; complicada da lembrança de minha mãe,
doeu-me mais, e, quando enfim pensei em Capitu, senti um ímpeto de soluçar também (…)
A imagem de Capitu ia comigo, e a minha imaginação, assim como lhe atribuíra lágrimas, há
pouco, assim lhe encheu a boca de riso agora; (…) As tochas acesas, tão lúgubres na ocasião,
tinham-me ares de um lustre nupcial… Que era lustre nupcial? Não sei; era alguma coisa contrário
à morte, e não vejo outra mais que bodas.”

* Considere as afirmações.

I. Na descrição da filha da viúva (segundo período), o narrador-personagem apresenta
um atitude romântica.
II. No fato narrado, o protagonista sobrepõe o mundo imaginário às circunstâncias objetivas
da realidade circundante.
III. O texto foi extraído de romance brasileiro da primeira metade do século XIX.
Assinale:

a) se todas estiverem corretas. d) se apenas I e III estiverem corretas.
b) se apenas II estiver correta. e) se todas estiverem incorretas.
c) se apenas II e III estiverem corretas.

4- Escreva 3 caracteríticas do Naturalismo.

5- Que autor se destacou no Realismo e foi o autor de Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas?


Gabarito

1-b 2-b 3-b 4- Determinismo, Cientificismo, Animalização do homem. 5- Machado de Assis

Exercício de Fixação (Produção Textual) Sexto período.

BOM TREINO!

Redação ENEM 2001

"Conter a destruição das florestas se tornou uma prioridade mundial, e não apenas um problema
brasileiro. (...) Restam hoje, em todo o planeta, apenas 22% da cobertura florestal original. A Europa Ocidental perdeu 99,7% de suas florestas primárias; a Ásia, 94%; a África, 92%; a Oceania, 78%; a América do Norte, 66%; e a América do Sul, 54%. Cerca de 45% das
florestas tropicais, que cobriam originalmente 14 milhões de km quadrados (1,4 bilhão de hectares), desapareceram nas últimas décadas. No caso da Amazônia Brasileira, o desmatamento da região, que até 1970 era de apenas 1%, saltou para quase 15% em 1999. Uma área do tamanho da França desmatada em apenas 30 anos. Chega."

Paulo Adário, Coordenador da Campanha da Amazônia do Greenpeace.

"Embora os países do Hemisfério Norte possuam apenas um quinto da população do planeta, eles detêm quatro
quintos dos rendimentos mundiais e consomem 70% da energia, 75% dos metais e 85% da produção de madeira
mundial. (...)
Conta-se que Mahatma Gandhi, ao ser perguntado se, depois da independência, a Índia perseguiria o estilo de
vida britânico, teria respondido: "(...) a Grã-Bretanha precisou de metade dos recursos do planeta para alcançar sua
prosperidade; quantos planetas não seriam necessários para que um país como a Índia alcançasse o mesmo
patamar?"
A sabedoria de Gandhi indicava que os modelos de desenvolvimento precisam mudar.

O planeta é um problema pessoal - Desenvolvimento sustentável.

"De uma coisa temos certeza: a terra não pertence ao homem branco; o homem branco é que pertence à terra.
Disso temos certeza. Todas as coisas estão relacionadas como o sangue que une uma família. Tudo está associado.
O que fere a terra, fere também os filhos da terra. O homem não tece a teia da vida; é antes um de seus fios. O que quer que faça a essa teia, faz a si próprio."

Trecho de uma das várias versões de carta atribuída ao chefe
Seattle, da tribo Suquamish. A carta teria sido endereçada ao
presidente norte-americano, Franklin Pierce, em 1854, a propósito de
uma oferta de compra do território da tribo feita pelo governo dos
Estados Unidos.
PINSKY, Jaime e outros (Org.). História da América através de textos. 3ª ed. São
Paulo: Contexto, 1991.

Estou indignado com a frase do
presidente dos Estados Unidos, George Bush.

“Somos os maiores poluidores do
mundo, mas se for preciso poluiremos mais para
evitar uma recessão na economia americana”.

R. K., Ourinhos, SP. (Carta enviada à seção Correio da Revista
Galileu. Ano 10, junho de 2001).

Com base na leitura dos textos, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema:
Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar os interesses em conflito?
Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexões feitas ao longo de sua formação. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender o seu ponto de vista, elaborando propostas para a solução do problema discutido em seu texto. Suas propostas devem demonstrar respeito aos direitoshumanos.

Observações:
• Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o uso da modalidade escrita culta da língua.

O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narrativa.

Exercícios de Fixação (Gramática) Quarto período.

BOM TREINO!


“Sem data
Há seis ou sete dias que eu não ia ao Flamengo. Agora à tarde lembrou-me lá passar antes de vir
para casa. Fui a pé; achei aberta a porta do jardim, entrei e parei logo.
‘Lá estão eles’, disse comigo.
Ao fundo, à entrada do saguão, dei com os dois velhos sentados, olhando um para o outro.
Aguiar estava encostado ao portal direito, com as mãos sobre os joelhos. D. Carmo, à esquerda,
tinha os braços cruzados à cinta. Hesitei entre ir adiante ou desandar o caminho; continuei parado
alguns segundos até que recuei pé ante pé. Ao transpor a porta para a rua, vi-lhes no rosto e na
atitude uma expressão a que não acho nome certo ou claro: digo o que me pareceu. Queriam ser
risonhos e mal se podiam consolar. Consolava-os a saudade de si mesmos.”
ASSIS, Machado de. Memorial de Aires. In: Obra Completa. Rio de Janeiro, Aguilar, 1989.


1- UFR-RJ Em “Consolava-os a saudade de si mesmos.”, o autor está empregando a linguagem:
a) denotativa.
b) coloquial.
c) conotativa.
d) paradoxal.
e) sinestésica.

“Esparadrapo
Há palavras que parecem exatamente o que querem dizer. “Esparadrapo”, por exemplo. Quem
quebrou a cara fica mesmo com cara de esparadrapo. No entanto, há outras, aliás de nobre
sentido, que parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo, ‘incunábulo*’.”

QUINTANA, Mário.
Da preguiça como método de trabalho. Rio de Janeiro, Globo 1987 p. 83.

*Incunábulo: [do lat. Incunabulu: berço] Adj. 1 – Diz-se do livro impresso até o ano de
1500./S.m. 2 – Começo, origem.


2. UFR-RJ A expressão “quebrar a cara” é largamente empregada na língua portuguesa com
sentido conotativo. O vocábulo que melhor traduz o emprego conotativo dessa expressão é:
a) fracassar;
b) desanimar;
c) machucar-se;
d) destruir.
e) desistir;


“Memórias de um Sargento de Milícias (fragmento)
No capítulo XIII, intitulado Escapula, o Leonardo havia sido detido pelo Major Vidigal, mas,
driblando a escolta, no caminho para a prisão, consegui fugir.
O trecho abaixo reproduzido é parte desse capítulo e aborda, entre outras coisas, o sentimento
do Major frente à situação.
‘O Major Vidigal fora às nuvens com o caso: nunca um só garoto, a quem uma vez tivesse posto
a mão, lhe havia podido escapar, e entretanto aquele lhe viera pôr sal na moleira; ofendê-lo em
sua vaidade de bom comandante de polícia, e degradá-lo diante dos granadeiros. Quem pregava
ao Major Vidigal um logro, fosse qual fosse a sua natureza, ficava-lhe sob a proteção, e tinha-o
consigo em todas as ocasiões. Se o Leonardo não tivesse fugido, e arranjasse depois a soltura por
qualquer meio, o Vidigal era até capaz, por fim de contas, de ser seu amigo; mas tendo-o deixado
mal, tinha-o por seu inimigo irreconciliável enquanto não lhe desse desforra completa.
Já se vê pois que as fortunas do Leonardo redundavam-lhe sempre em mal; era realmente um
mal naquele tempo ter por inimigo o Major Vidigal, principalmente quando se tinha, como o
Leonardo, uma vida tão regular e tão lícita.’”

ALMEIDA, Manuel A. de. Memórias de um Sargento de Milícias. São Paulo, FTD, 1992.

3. UFMS O texto literário utiliza a língua de maneira criativa e original; por isso, muitas
vezes, uma leitura nos surpreende, pois certas palavras e expressões apresentam significados
novos ou fora do comum, e devem ser entendidas no contexto em que se encontram,
sob pena de a compreensão do texto como um todo ficar prejudicada. Nesse sentido,
a expressão fora às nuvens, na 1ª linha, indica que o Major ficara:
a) indiferente.
b) enfurecido.
c) eufórico.
d) meditativo.
e) envaidecido.


4. UFMS Leia o texto abaixo, extraído de um ensaio sobre Memórias de um Sargento de
Milícias.

“Prodígio de humor e ironia, isento de qualquer traço idealizante, no romance não há lugar
para as tintas sentimentais e heróicas nem para o abuso de peripécias inverossímeis, tão do gosto
do romance romântico da época...”

WALDMAN, Berta. O romântico fruto de uma pisadela e de um beliscão,
em Memórias de um Sargento de Milícias, ed. citada.


Identifique entre as alternativas abaixo, retiradas do fragmento transcrito do romance, a
seqüência que apresenta sentido claramente irônico.
a) se o Leonardo (...) arranjasse depois a soltura.
b) em sua vaidade de bom comandante de polícia.
c) uma vida tão regular e tão lícita.
d) fosse qual fosse a sua natureza.
e) inimigo irreconciliável.

5- Escreva 3 exemplos de homônimos homógrafos e parônimos.


Gabarito

1-c 2-a 3-b 4-c

Exercícios de fixação (Gramática) Segundo Período.

BOM TREINO!

1-Cefet-RJ

“É com imenso prazer que entrego em suas mãos os Parâmetros (1) Curriculares Nacionais de quinta a oitava séries. Um trabalho que foi cuidadosamente elaborado e discutido com educadores de todo o país para atualizar e dar um novo impulso (2) à educação fundamental. Cumprimos, com este ato, a obrigação (3) de oferecer aos professores (4) brasileiros as informações (5) necessárias para a organização do processo de ensino-aprendizagem e uma ajuda concreta para sua prática cotidiana.”
MEC.
Não é núcleo de objeto direto:
a) “Parâmetros” (1).
b) “impulso” (2).
c) “obrigação” (3).
d) “professores” (4).
e) “informações” (5).

2-U. F. Uberlândia-MG Assinale a alternativa em que a palavra em destaque está determinando o sujeito.
a) “Sem olhar para o Félix, sentia-o subjugado.” (M. de Assis)
b) “... e foi esse livro que me meteu em brios. Achei-o seguramente medíocre...” (M. de Assis)
c) “Pretas e moleques espiavam-me, curiosos, e creio que sem espanto...” (M. de Assis)
d) “Aqui teve ele um gesto quase imperceptível de orgulho molestado; achou naturalmente
esquisita a curiosidade de um estranho.” (M. de Assis)

3- U. Santa Úrsula-RJ Observe o seguinte trecho do poema “Homem comum”, de Ferreira
Gullar:

“Ando a pé, de ônibus, de táxi, de avião
e a vida sopra dentro de mim
pânica
feito a chama de um maçarico.”
No trecho lido, o termo “pânica” tem o seguinte valor sintático e semântico:

a) predicativo do sujeito — sentido de assustada.
b) predicativo do sujeito — sentido de estática.
c) adjunto adnominal — sentido de amedrontada.
d) adjunto adverbial de modo — sentido de apavorada.
e) predicativo do sujeito — sentido de esquecida.


4-U. E. Ponta Grossa-PR O sujeito oracional NÃO foi analisado corretamente em:

(a) “As formas estranhas dos aeroplanos experimentais invadiam as páginas dos jornais”—
Sujeito simples anteposto ao verbo.

(b) “Nos dez primeiros anos deste século havia uma mania pop em Paris” – Sujeito simples
Posposto ao verbo.

(c) “Em conseqüência, proliferaram os fotógrafos profissionais e amadores” – Sujeito
indeterminado.

(d) “Os pilotos e os inventores eram reconhecidos nas ruas” – Sujeito composto anteposto
ao verbo.

(e) “Surgiram câmeras modernas, mais sensíveis à luz” – Sujeito simples posposto ao
verbo.

5. FEI-SP Observe o trecho “(…) mas não vejo a fé. E por que não aparece a fé nesta casa?”
Os sujeitos dos verbos grifados são respectivamente:

a) sujeito inexistente e sujeito oculto.
b) sujeito composto e sujeito simples.
c) sujeito simples e sujeito composto.
d) sujeito simples e sujeito oculto.
e) sujeito oculto e sujeito simples.

6- PUC-PR Observe a frase que segue:
“Não posso lhe garantir que todos estarão presentes à sua festa de formatura”.

Do enunciado acima, pode-se afirmar que a parte destacada desempenha a função de:
a) sujeito de posso;
b) objeto direto de posso;
c) objeto indireto de posso;
d) objeto direto de garantir;
e) objeto indireto de garantir.




7- FEI-SP Observe a oração: “Fabiano ia satisfeito”. O termo em destaque assume a função
de:
a) predicativo do sujeito.
b) objeto direto.
c) adjunto adverbial.
d) adjunto adnominal.
e) agente da passiva.


GABARITO
1-d 2- c 3- a 4-c 5-e 6-d 7a

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Conteúdo Programático.( Referente ao mês de Agosto)

Segundo Período

*Gramática:
Sintaxe.
_ Frase.
_Oração.
_Período.
Termos da oração.
_Sujeito e classificações.
_Transitividade verbal.

*Literatura:

_Realismo (características, autores e obras).

_Naturalismo (características, autores e obras).


*Interpretação:

_Crônica (conceito e características).
_Conto (conceito e características).
_Análise de textos.


Quarto Período

*Gramática

Semântica
_Sinonímia
_Antonímia
_Homonímia
_Paronímia

*Interpretação:

_Denotação.
_Conotação.
_Polissemia.
_ Análise de textos.

Sexto Período

*Produção de textos:

Dissertação

_Título e tema.

_Opinião.

_Organização de ideias.

_Argumentação.

BOM APROVEITAMENTO!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Projeto de Leitura

Oi, Agradecemos sua visita.






TEXTOS DE APOIO

Segundo Período
CONTOS E CRÔNICAS





*TEXTO I
CONTO ERÓTICO

-Assim ?

-É. Assim.
-Mais depressa ?
-Não. Assim está bem.
_Um pouco mais para...
-Assim ?
-Não, espere.
-Você disse que...
-Eu sei. Vamos recomeçar. Diga quando estiver bem.
-Estava perfeito e você...
-Desculpe.
-Você se descontrolou e perdeu o...
-Eu já pedi desculpa !
-Está bem. Vamos tentar outra vez. Agora.
-Assim ?
-Um pouco mais pra cima.
-Aqui ?
-Quase. Está quase !
-Me diga como você quer. Oh, querido...
-Um pouco mais para baixo.
-Sim.
-Agora para o lado. Rápido !
-Amor, eu...
-Para cima ! Um pouquinho...
-Assim ?
-Aí ! Aí !
-Está bom ?
-Sim. Oh, sim.
-Pronto.
-Não ! Continue.
-Puxa, mas você..
-Olha aí... Agora você...
-Deixa ver...
-Não, não. Mais para cima.
-Aqui ? -Mais para o lado.
-Assim ?
-Para a esquerda !!
O lado esquerdo !
-Aqui ?
-Isso ! Agora coça.

Luís Fernando Veríssimo
* Atividades do texto.
Com o narrador ausente, todo o texto é construído a partir do diálogo entre duas personagens. Que tipo de relacionamento supostamente há entre essas personagens? Justifique com elementos do texto.

Durante toda a leitura somos orientados para um sentido diferente daquele que temos ao chegar ao final do texto. Essa orientação de sentido não ocorre por acaso, mas é resultado de um conjunto de marcas existentes no texto.
a) Aparentemente, o texto retrata um diálogo entre personagens vivendo que tipo de situação?
b) Que “marcas” textuais (palavras, frases, construções, etc.) nos levam a construir esse sentido?
A pontuação tem um papel decisivo na construção da ambiguidade desse texto.
a) Quais são os sinais de pontuação que mais se destacam?
b) No contexto, que sentido cada um desses sinais sugere?

Além de trabalhar propositalmente com marcas textuais que dão ao texto uma orientação de sentido diferente, por meio de que procedimento o autor constrói a ambiguidade?
a) Omitindo o narrador
b) Omitindo dados do contexto discursivo em que se dá o diálogo.
c) Omitindo informações sobre o receptor que vai ler o texto.
d) Omitindo palavras do texto.

SEXA

- Pai........
- Hummmmm?
- Como é o feminino de sexo?
- O quê?
- O feminino de sexo.
- Não tem.
- Sexo não tem feminino?
- Não.
- Só tem sexo masculino?
- É.Quer dizer,não.Existem dois sexos.Masculino e Feminino.
- E como é o feminino de sexo?
- Não tem feminino.Sexo é sempre masculino.
- Mas tu mesmo disse que tem sexo masculino e feminino.
- O sexo pode ser masculino ou feminino.A palavra "SEXO" é masculina.O SEXO masculino,o SEXO feminino.
- Não devia ser "A SEXA"?
- Não.
- Por que não?
- Porque não!Desculpe.Porque não."SEXO" é sempre masculino.
- O sexo da mulher é masculino?
- É.Não!O sexo da mulher é feminino.
- E como é o feminino?
- Sexo mesmo.Igual ao do homem.
- O sexo da mulher é igual ao do homem?
- É.Quer dizer...Olha aqui.Tem o SEXO masculino e o SEXO feminino,certo?
- Certo.
- São duas coisas diferentes.
- Então como é o feminino de sexo?
- É igual ao masculino.
- Mas não são diferentes?
- Não.Ou,são!Mas a palavra é a mesma.Muda o sexo,mas não muda a palavra.
- Mas então não muda o sexo.É sempre masculino.
- A palavra é masculina .
- Não." A palavra" é feminino.Se fosse masculino seria "o pal..."
- Chega!Vai brincar ,vai.
O garoto sai e a mãe entra.O pai comenta:
-Temos que ficar de olho nesse guri...
- Por quê?
Ele só pensa em gramática.


Luís Fernando Veríssimo
* Atividades do texto.
1. Os dois textos “Conto erótico” e “Sexa” de Luís Fernando Veríssimo apresentam, respectivamente, os pontos em comum em relação ao recurso utilizado:
a) eufemismo
b) antítese
c) ambiguidade
d) comparação
e) prosopopeia

2. Qual a semelhança existente entre os dois textos de Luís Fernando Veríssimo tendo em vista a sua estrutura textual?

*TEXTO II

"Mato, logo existo"

Não é um bom assunto para domingo, reconheço. Mas estamos sempre tão ocupados nos dias da semana que não custa reservar dez minutinhos do dia de folga para refletir um pouco sobre que espécie de adultos está sendo formada aqui no mundo. O sul-coreano que no dia 16 de abril matou 32 pessoas dentro de uma universidade americana é um exemplo - a essa altura, já antigo, mas serve. Era um doente, e qual a doença dele? Solidão, depressão. Não se pode chamar de caso raro.
Um dia depois da tragédia, entrei numa sala de bate-papo na internet para ler os comentários sobre o episódio. Até então, não estava tão perplexa - é um crime recorrente nos Estados Unidos. Mas ao me me deparar com a reação de alguns brasileiros da mesma faixa etária do assassino, aí sim estarreci. Nunca vi um conjunto de idéias tão preconceituosas, agressivas e mal escritas. Era o festival da ignorância. Uma amostra da miséria cultural, intelectual e afetiva que caracteriza os novos tempos. Ninguém discutia com civilidade, os comentários eram belicosos e ferozes e, quando discordavam uns dos outros, aí é que a baixaria rolava solta. Pensei: eles estão protegidos pelo virtualismo , mas se estivessem frente a frente e com uma arma ao alcance da mão, quem garante que não teriam seu dia de Cho Seng-Hui?
Esses garotos e garotas têm a rebeldia natural da idade, mas é uma rebeldia sem argumento, vinda do desespero. Eles cresceram assistindo a uma quantidade exagerada de violência na TV e no cinema, idolatram músicos que cantam coisas como " eu escrevo minhas próprias leis com a morte ", têm pouco contato com o pai e a mãe, mantêm amizades de faz-de-conta e são soterrados por uma avalanche de informações que mal conseguem filtrar. Tudo isso numa sociedade cada vez mais competitiva, na qual a ordem é aparecer a qualquer custo. A felicidade há muito deixou de se concentrar na trinca amor-saúde-dinheiro: agora é popularidade-sexo-e-muito-muito-muito-dinheiro. Quem tem uma vida modesta se frusta: conclui que é uma pessoa que não existe, que não conta, que não vale . E resolve dar o seu recado na marra.
Impossível esse relato não soar dramático, mas irreal não é. A vida mudou. E temos alguma responsabilidade nisso, não somos apenas vítimas, mas cúmplices. Está mais do que na hora de ficarmos mais perto de nosso filhos. De oferecer a eles livros e música boa, dar muito carinho e elogio, ficar de olho nos lugares onde eles vão e em com quem saem - um pouco de controle não faz mal a ninguém. É recomendável também tirar um sarro dessas revistas que vivem de fofoca, ridicularizar a fixação pela estética, mostrar a eles que os super-heróis de verdade costumam ser mais discretos.
Porém, discrição é uma coisa, fuga é outra. É preciso chamar essa garotada para um papo quando estiver silênciosa demais, ajudá-la a compreender essa loucura aí fora (que nem nós compreendemos direito), levá-la para viajar quando der, colocá-la em contato com hábitos mais simples e escutá-la muito, não importa sobre que assunto.
É guerra: agressividade e miséria existencial que caracterizam nossa época precisam ser enfrentadas não só com Prozac, mas com cultura e afeto. A grande maioria dos adolescentes que aí estão não conseguirá ganhar fortunas, não vai virar artista nem doutror, não vai se casar com homens com barriga tanquinho nem com mulheres que autografam a "Playboy": eles vão ter uma vida normal. E se o normal seguir não servindo para eles, pobres de nós todos.

Martha Medeiros

*TEXTO III
Desconfiável mundo novo.
É engraçado notar uma certa “comercialização” exacerbada, além de pretensiosa, no que se refere ao panorama farmacêutico atual. Mal caímos na agonia de ter medo da mesma gripe de sempre, só que com nome diferente, que as propagandas bem-humoradas, repletas de mensagens indiretas, já estão instaladas em todos os cantos e janelas da mídia.
À princípio, como se por conclusão detetivesca de alguém, chegou-se a um fator comum entre várias mortes, tendo sobrado o crédito pela descoberta ao seu digno merecedor, o qual não fez alarde, porém, como quem conta um ponto aumenta uma bília, lá estavam as notícias da epidemia. Estava descoberto então o que todos já conheciam, por sinal, sob o mesmo nome de “gripe”, apavorando, como sempre, sob o nome de uma sigla desconhecida ao vocabulário médico padrão da população. Como se já não bastasse, correm as empresas publicitárias a satirizar interioranos, pejorativamente, divulgando novas curas para os males que, obviamente, já se sabe ser o alvo das atenções de todos ligados nos jornais. Muito engenhoso...
Lei de oferta e procura! A preocupação com o bem estar geral é algo fascinante... Ironicamente, vejo os avisos em letras brancas, sob fundo azul – tais avisos, por sinal, duram menos tempo em tela que o suficiente para lê-los – , mostrando o cuidado do fabricante em deixar bem claro, para todos os telespectadores, a necessidade de consultar médico antes de adquirir o produto, mas não sem antes bombardear a todos com bordões pegajosos de algum tipo de “melhorôgripil” ou coisa parecida, ressaltando um subliminar “epidemia”.
Fica cada vez mais difícil saber em quem confiar para se sentir seguro, mas me sinto confortável em saber que pelo menos em caso de drogas mais leves, do tipo que nem precisamos ter receita para comprar, como por exemplo cigarros e aquela coisa preta que se bebe gelada - acho que é do papai noel ou urso polar... Não lembro mais o nome... -, são coisas que sempre têm o efeito esperado: consumidor satisfeito! Com a certeza do prejuízo! Pena que nada motiva mais o mundo que a dúvida...

Rafael S Valle

*TEXTO IV
Gripe Suína 1: Receita da Vovó - Bálsamo Alemão!
Minha avó uma mulher simples do interior, além das marcas do tempo era senhora de marcas profundas em seu caráter. Mulher sensível e corajosa, ficou viúva muito cedo. Meu avô morreu ainda jovem, não havia completado quarenta anos e a deixou esperando a última filha, dos oito filhos que criou sozinha. Sem direito a opção, dedicou-se ao trabalho que surgiu à frente, fosse no cabo da enxada, fosse ao redor do fogão, o importante era não faltar pão as suas crianças. A vida sofrida lhe deu muita sabedoria. O tempo parece que não passou, seus ensinamentos são ainda atuais e eficazes. Especialmente, em tempos de frio rigoroso e da temida gripe suína, os apelos e conselhos médicos a respeito da imunidade tornam tão atuais, quanto necessárias as receitas da vovó. Impossível não lembrar como preocupava-se com os filhos, com os netos e em sua simplicidade, ia desfiando uma lista de boas recomendações: “Cuidado, para enfrentar o frio, corpo sadio! Agasalhe-se bem. Alimente-se bem. Tome bastante líquido. Lave bem as mãos. Durma bem. Tome este chazinho e uma colher de açúcar com algumas gotinhas de Bálsamo Alemão para previnir-se da gripe..." Será que aquela velha senhora tinha razão? Será que o tempo não passou? Não mudou muita coisa? Ou o tempo não muda as coisas essenciais? Talvez... Afinal, de lá para cá já se vão quarenta, cinquenta anos e, com tanta evolução como pode uma gripe ser letal para o ser humano? Ainda se fosse naquele tempo em que meu avô morreu de 'nó nas tripas', hoje seria talvez obstrução intestinal, atualizando a terminologia. Mas de que adianta sofisticá-la, como dissemos anteriormente, o essencial o tempo não muda e a vida continua tão efêmera quanto antes. Infelizmente, ao sentir-se impotente diante de um ser microscópico capaz destruí-lo em pouquíssimo tempo, o gigante dá-se conta de sua pequenez. E dar-se conta da fragilidade e da finitude humana é mesmo muito cruel! Como pode um ser tão ínfimo derrubar tamanha arrogância humana? Acalentamos o desejo de negar a morte, vivendo a ilusão da invulnerabilidade. Quando hoje, talvez consequência das próprias invenções humanas, um vírus derruba todo e qualquer poderoso da soberba de sua pseudoimortalidade, no desespero da lei do 'salve-se quem puder' contra o tal vírus da gripe H1N1, vale tudo! Contando que apresente algum indício de proteção, vale recorrer à sabedoria popular, até às receitas da vovó. Hipocrisia, ironia ou qualquer outra adjetivação possível, mas diante do temor social em função da gripe suína, que para alguns pode até ser mais um jogo de interesse capitalista, para quem está vivendo de perto esta situação, entende-se que no desespero, qualquer tábua pode ser tábua de salvação! Ironicamente ou não, o certo é que o bendito Bálsamo Alemão já se esgotou nos estoques das farmácias locais. Em seus estoques também já não se encontram: máscaras cirúrgicas, álcool em gel e inclusive o simples chazinho da vovó, Anis Estrelado. Ou seja, parece que as receitas da vovó tinham algo a mais a nos ensinar. Espero que ao vencermos esta batalha não nos esqueçamos de que a vida é tão bela e tão efêmera que não vale desperdiçar um só instante. Tampouco esquecer de que mulheres e homens, crianças, jovens ou idosos, brancos ou negros, ricos ou pobres, somos todos da mesma matéria que mais dia, menos dia por certo acabará do mesmo jeito. E como já dizia minha avó: "o sofrimento ensina", espero sejamos capazes de aprender com sua sapiência. Oxalá, esta pandemia, triste e difícil experiência que estamos vivenciando, nos torne mais humanos e melhores aprendizes nessa travessia.

Gleice Agne


*TEXTO V
Plaquetuda Calibrosa

Marília Gabriela me perguntou uma vez numa entrevista se eu já havia atingido a idade em que não queria mais ser reconhecida pela minha inteligência, mas sim pela beleza. Respondi que, sem dúvida, eu me encontrava justamente nesse momento da vida. Não fui a menina mais popular da sala de aula, melhorei com o passar dos anos e agora, aos 40 e alguns, começo a perceber a curva descendente acenando com força moderada. E não é que nessa hora tão delicada dois elogios estranhos e inusitados me devolveram um certo orgulho da carne? Explico.
Fui doar sangue. Não é moleza doar sangue. Não pelo ato em si, que não dói nada e resolve a vida de muita gente. A dureza é ser aprovado no questionário minucioso, feito numa sala privada antes da doação. Parceiro fixo? Hepatite A, B, C? Sífilis? Gonorreia? HPV? HIV? Herpes? Fuma? Bebe? Toma algum remédio? Drogas injetáveis? Não injetáveis? Doença de Chagas? Diabetes? Pressão alta? Baixa? Históricos familiares... Conforme se avança na prova, é quase inevitável fazer uma revisão do passado, dos riscos da juventude, dos excessos, mancadas e bobeiras, das heranças, dos vícios, dramas e arrependimentos da vida toda. Funciona quase como uma boa sessão de análise.
Passado o teste, fui encaminhada para a cadeira astronáutica do banco de sangue. Passaram o garrote no meu braço, e o olho da enfermeira faiscou ao ver a veia saltar.
– Hummmm... Calibrosa! – disse ela, já chamando a colega do lado para dar uma olhada. As duas trocaram sorrisos interessados. Percebi nas hematologistas uma enorme ganância de veias bojudas. Pareciam vampiras do bem. Deixei meio litro de sangue para elas e, com o tal orgulho da carne, ou seja, do meu sistema venoso, prometi voltar para doar as plaquetas.
Voltei. Doar plaquetas é outro capítulo. Além das veias fartas, é preciso ter um fluxo grande de circulação sanguínea para encher a máquina, uma geringonça impressionante que retira o sangue, separa as plaquetas e depois devolve o plasma e as hemácias para você. Foi lá que recebi outro cumprimento esdrúxulo:
– Hummmmm... Plaquetuda!
Não soa tão bem quanto calibrosa, parece mais xingamento, mas não me incomodei. Estou naquela fase que a Marília citou, qualquer elogio à matéria é bem-vindo. Podem espalhar por aí que sou uma dona plaquetuda calibrosa. Vai ser o meu mais novo cartão de visita.
Depois dos 40 é comum receber más notícias dos médicos e, invariavelmente, uma batelada de exames para fazer. Mamografia, curva glicêmica, para os homens o temível toque de próstata, isso sem falar na colonoscopia, nos incontáveis ultrassons e no raio X dos joelhos, para quem nunca perdeu o futebol. Aos 20, a gente torce o pé e continua andando. Aos 30, o doutor te receita um analgésico por telefone e recomenda repouso. Aos 40, ele já vai te engessar, medicar e botar na fisioterapia. Aos 50, te interna, abre e mete um pino.
Meu clínico geral me disse rindo que chegamos à era da reposição de peças. Se uma civilização futura (será que isso vai existir?) for cavucar as nossas tumbas, só vai encontrar implante de silicone, osso de platina, joelho artificial... Vai-se a carne, ficam as próteses.
Se tivermos a sorte de viver muito, enfrentaremos as inevitáveis doenças degenerativas. Hoje eu entendo a importância de poder contar com um banco de sangue confiável e bem fornido. A gente nunca sabe quando vai precisar. Gostei de doar sangue, é algo que todos os que têm condições deveriam fazer por si mesmos, pelos seus e pelos outros. Se você tem fator RH negativo, então, pense seriamente no caso. A necessidade é grande. Peça ao seu médico que lhe indique um banco adequado. Quem sabe você ainda não sai coberto de novos adjetivos?


Fernanda Torres.


*TEXTO VI
E tudo mudou...
O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone
A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM
A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal
Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service
A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão
O que era praça virou shopping
A arena virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também
O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike
Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...
A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...
... De tudo.
Inclusive de notar essas diferenças.

Luís Fernando Verissímo
*TEXTO VII
O DIA DELE

Todos estranhamos quando ele entrou na classe naquele lamentável estado. Havia pouco, estacionara a moto no pátio, por um triz não atropelando um gato que se deixara ficar aturdido pelo estampido do cano de escapamento aberto. Subira as escadas displicentemente- foi o que disseram várias testemunhas – e, ao passar pelo saguão dos alunos, emitira um arroto. Mais adiante, encontrou-se co sua turma. Atirou ao chão os livros, sentou-se sobre eles, e puxou um cigarro sem marca.
_Tem fogo aí ?
O da turma de Biologia sacou do bolso um isqueiro, atirou por cima da cabeça da colega de Química.
_ Onde vamos barbarizar hoje?
_ Vamos pegar o pessoal da 226- B.
_ Sou mais a 125- C. Eles estão precisando de uma boa lição.
_ Não perdem por esperar- respondeu, dando uma tragada funda.
Levantou-se, amarrou os cadarços do tênis, cuspiu na parede, levantou o polegar. Como fazia os Imperadores Romanos para os gladiadores na arena.
Foi então que o pudemos ver bem naquele triste estado. A gravata cinzenta, que era quase um componente fixo de seu uniforme Dário, havia sido arrancada e estava amarrada à cintura. O guarda-pó, completamente imundo, estava dobrado junto com os cadernos. A camisa sobrava fora das calças. E as calças pareciam pertencer a um hipotético náufrago que teria soçobrado nas explosão de um navio pirata.
Começou por chutar a carteira do aluno que lhe ficava à frente.
_ Abram os cadernos.
Obedecemos. Sentimos em seu olhar uma ponta de cinismo e desfio, muito comum em pessoas que têm pais implicantes e fazem questão de demonstrá-lo, a propósito, ou sem nenhum propósito.
_ Vamos fazer a prova do mês.
Do fundo da classe elevou-se um abafado murmúrio de desgosto, tímido e tenso. Ele ergueu o rosto com óbvio sentido de cortar na raiz qualquer protesto ou palpite.
Vimos na aula anterior a diferença da fosforilação nos cloroplastos e mitocôndrias. Creio que todos entendem. Como hoje não estou com nenhuma disposição, pois a noite passada fiquei enchendo a cara fui dormir de madrugada, vocês me façam o favor de dissertar sobre o fenômeno da plasmólise, enquanto ficarei no fundo da classe, mascando meu chiclete de frutas e tirando uma pestana.
Breve silêncio. Arrematou:
_ E não se atrevam a me acordar. Hoje não estou bom do fígado.
Um dos nossos levantou a mão:
_ Posso fazer uma observação?
_ Não, senhor. Ponha-se no seu lugar. Comece a escrever.
_ Mas o senhor não avisou que haveria prova. Ninguém se preparou.
_ Já disse que não me aborreçam. Matéria dada é matéria a cobrar.
O murmúrio cresceu, agora solidário entre nós.
_ Não é justo. O senhor costuma sempre avisar com antecedência...
_ Estou careca de saber disso. Aviso, e depois vocês ficam me pedindo nota. Hoje vamos usar processo inverso. Não aviso, e exijo que vocês façam prova limpa, correta, irretocável.
_ Mas...
_ Se vocês não forem compreensivos, chamarei meus pais, eles virão à escola fazer publicamente uma reclamação contra os alunos que tenho. Ou então pedirei transferência para uma escola onde os alunos não sejam tão cacetes e obtusos. Papai e mamãe conhecem o diretor, são amicíssimos dele. Vocês não imaginam o que eles podem aprontar. Vamos, mãos à obra.
Ficamos ainda um tempo a encará-lo. Por que teria mudado? Geralmente é uma pessoa cordata, acessível, pacífica, tolerante. Dá-nos sempre a impressão de que depende de nós para viver, para sobreviver, para sustentar a mulher e os filhos. Mas hoje...Engraçado.
Está parecendo um dos nossos. Está fazendo valer seus direitos. O que lhe terá acontecido na cabeça?
Mais tarde, ele recolheu as provas e, sem se despedir – ao contrário do que faz normalmente – abandonou a sala, foi juntar-se a sua turma, os da Biologia, da Matemática, da Química, das Letras Clássicas. Ficaram fazendo algazarra nos corredores. Até que nós perdemos a paciência, chamamos o bedel para por cobro à esculhambação.
Mas o bedel se recusou a interromper. Alegou que, ao menos uma vez no ano, o professor também tem seu dia de dar o troco aos alunos.


Lourenço Diaféria


*TEXTO VIII
Circuito Fechado
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo. xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

Ricardo Ramos.